quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Uma pitada de fé

Evangélica.

Já vi diversas reações após dar essa resposta desde "ah eu já suspeitava" até "nossa, tu? tão globalizada...". Divergências a parte uma coisa é fato: reconheço que existe muito preconceito das pessoas que assim se denominam e de certa forma é um caminho de mão dupla com relação aqueles que assim não se denominam. Infelizmente, vivemos em um mundo de esteriótipos e esses fazem as pessoas terem ações, sejam elas externadas ou não, ridículas muitas (todas as) vezes. 

Eu não sou do tipo de pessoa que quer empurrar Jesus goela abaixo de ninguém, "simplesmente" por dois motivos: 
1) Cada um tem o direito de ter a fé que quiser, em quem/como quiser; 
2) Jesus, seu exemplo e tudo que esse nome representa é precioso demais para mim, foi uma construção que venho fazendo há algum tempo e tem feito toda a diferença na minha vida, até hoje, esse caminho vem sendo muito produtivo/proveitoso. Muito das minhas aprendizagens estão registradas no meu antigo blog, Verdadeira Essência, pra quem quiser dar uma olhadinha. 

Quem é Deus? O que é Deus? O que Ele faz ou deixa de fazer, o que me faz crer?
Muitas perguntas em uma única linha, com respostas imensas. Quantas linhas são necessárias para sanar essas dúvidas? A humanidade vem escrito linhas e mais linhas que definem, categoram ou induzem a uma verdade convincente. Não, eu não pretendo respondê-las, sinto-me muitíssimo pequena para tal, mas posso pensar, meditar conjecturar, sem que minhas palavras sejam absolutas.

Perspectiva, penso que muitas coisas se explicam por ai, o pensamento de um indivíduo se dá através de seu posicionamento em relação ao que ou a quem se observa. Quais são as perspectivas que espelham nossas expressões todos os dias? Qual o tamanho da sua fé, se é que você tem alguma... o quanto ela é útil para você ou sua realidade? Ela precisa ser útil para alguém? Parafraseando a música "Comida" da banda Titãs eu continuo questionando: "você tem fé de quê? você acredita no quê? [...] a gente não quer só fé, a gente quer fé e...". Em uma época onde esse conceito tem sido banalizado, vale a pena pensar essas questões. 

A minha fé não é algo que me estereotipa. A minha fé não se explica com métodos científicos, quem sabe um dia... a minha fé é relacionamento. Relacionamento com Deus, Jesus, Espírito Santo, um em três, três em um... eu não sei explicar, justificar, fundamentar, eu sei o que sinto e vivo e o que aprendo através de um livro que verdadeiro ou não está há mais de 2 mil anos circulando por ai. Eu acredito em um relacionamento com o Criador e a criação, um relacionamento sincero e íntimo que respeita/preserva/cultiva esses espaços. Eu não creio em Deus para ter um carro, casa, dinheiro... eu não creio em Deus para casar ou saciar minhas ansiedades. Eu acredito em Deus porque eu acredito no amor e Deus é amor.

Eu vejo Deus em muitas coisas, as vezes não sou bem compreendida por essas impressões, dentro ou fora desse contexto. As vezes isso me choca, paralisa, desconstrói, mas de alguma forma me expande e reafirma a loucura da fé. 

Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes. [Marcos 12:30-31]

A religião pura e imaculada para com Deus e Pai, é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo. [Tiago 1:27]

Seria este o jejum que eu escolheria, que o homem um dia aflija a sua alma, que incline a sua cabeça como o junco, e estenda debaixo de si saco e cinza? Chamarias tu a isto jejum e dia aprazível ao Senhor? Porventura não é este o jejum que escolhi, que soltes as ligaduras da impiedade, que desfaças as ataduras do jugo e que deixes livres os oprimidos, e despedaces todo o jugo? Porventura não é também que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres abandonados; e, quando vires o nu, o cubras, e não te escondas da tua carne? [Isaías 58:5-7]

Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé, e não tiver as obras? Porventura a fé pode salvá-lo? E, se o irmão ou a irmã estiverem nus, e tiverem falta de mantimento quotidiano, E algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos, e fartai-vos; e não lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí? Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma. Mas dirá alguém: Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me a tua fé sem as tuas obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras. [Tiago 2:14-18]

E era um o coração e a alma da multidão dos que criam, e ninguém dizia que coisa alguma do que possuía era sua própria, mas todas as coisas lhes eram comuns. [Atos 4:32]

Sem dúvida eu poderia colocar muitos versículos por aqui. Versículos que respondem no que creio e qual é a sede da minha fé. Uma pincelada disso é o que me move a estar inserida nos espaços onde eu estou, a estar cursando o curso que eu estou, a fazer algumas escolhas, a ter alguns sonhos, esperanças. Sonho que não são só pra mim, sonhos que não são só meus, as vezes eu penso que pouco de tudo o que eu faço realmente é pra mim, mas essa é uma outra reflexão para um outro momento com todos os meus erros e defeitos vou tentando acertar. 

Escrevo isso porque tenho procurado acima de tudo respeitar o meu próximo seja como ele for, com sua fé ou ausência dela, eu me vejo aberta para ouvir e aprender sem prejulgamentos, de forma respeitosa. É impossível manter uma neutralidade, quem é neutro? Tenho minhas concepções, minha cosmovisão de mundo e esta é semelhante ou muito diferente a outras espalhas por ai. Como procuro não ser desrespeitosa com ninguém nesse sentido, peço perdão se em alguma situação assim agi, mas confesso que em muitos momentos, me entristeço por ouvir comentários em relação ao que creio e vivo. Em muitos momentos parece que o errado é crer em algo e que qualquer fala com base nisso é desconsiderada, insuficiente, não válida. Talvez só eu me sinta assim, talvez não... talvez em muitos assuntos eu considere que o silêncio é a melhor saída, talvez não. Acredito que essa reflexão também é válida, não é tudo o que dizem ser cristão de fato o é e não são todos que se dizem cristão que assim vivem, CERTAMENTE, eu não sou a perfeita mocinha do Brasil, no mínimo, tento viver o que falo, como Tiago concluiu: mostrar minha fé com minhas obras. 

Bom, essas últimas palavras transformam-se em um pedido, quase que em uma oração por parcimônia em palavras e ações coletivas, não faz mal a ninguém e permite que todos vivamos tranquilos, cada um no seu caminho com liberdade de transitar, conhecer e absorver o que melhor lhe parecer. 

Graça e Paz a todos! o/

Um comentário:

  1. Me sinto parte desse post! :)
    Parabéns, belas palavras, ótimas reflexões. Nos mantendo assim vamos mais longe, ao que tudo indica ;)
    Grande beijo no s2

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