quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

E ai?

Estou com uma música na cabeça há pelo menos duas semanas, "Problema Social" - Seu Jorge:


"Se eu pudesse eu dava um toque em meu destino
Não seria um peregrino nesse imenso mundo cão"

Muitos toques foram necessários para construir a forma de vida atual das pessoas. Capitalismo, parece que as pessoas fogem dessa constatação ou senão, tentam amenizar as coisas, talvez, para diminuir a culpa. Culpa, quem tem culpa? Todo mundo, ninguém, alguns... não sei. 

Vejo essa música como uma ilustração da fala de muitos que sofrem por não ter acesso as oportunidades que a nossa sociedade convencionou ser importante para ter uma vida feliz. Discretamente, faço uma relação com as tensões sociais vividas na minha cidade, Porto Alegre e no Brasil de maneira geral. Tudo isso aponta alguma coisa, fala e grita muitas coisas mas o que ecoa são as críticas, falácias e misticismos. Ninguém tem a verdade absoluta, não dá pra seguir uma única fonte, tampouco fingir que nada acontece.

"Mataria a minha fome sem ter que roubar ninguém
Juro que eu não conhecia a famosa Funabem"

A vida é feita de processos que desenvolvem outros processos e não podemos negar os frutos gerados dessas articulações históricas. Observar tudo isso dá um frio na barriga, uma tristezinha no coração, de pensar que sou pequena demais para realizar alguma mudança, da mesma forma, a esperança de que minhas ações podem ser uma reação em cadeia ou, simplesmente, está fazendo parte de um movimento maior já alivia um pouco esse peso.

Não tenho muitas palavras para discorrer, pelo menos agora. Fica mais um registro da minha insatisfação da maneira os cenários são pintados, só não vê quem não quer. Como registrei na minha rede social hoje pela manhã:

Quanto mais leio, mais penso; quanto mais penso, mais reflito e quanto mais reflito menos quero ficar parada. Por que paramos?