domingo, 23 de junho de 2013

Nutrição, sua linda! - Aleitamento Materno

Oi gente! Quero começar a escrever sobre o meu curso tão querido. Apesar dos pânicos antes das provas a cada semestre eu me apaixono mais por essa área que tem me ensinado muito. Claro que existem brasas da Saúde Coletiva ascendendo em mim a cada dia, mas agradeço às professoras que tem acompanhado a minha caminhada, respondendo minhas dúvidas, me mostrando coisas novas e perdoando minhas faltas (risos), às nutris da UNISINOS, sejam colegas ou profis, meu muito obrigada e que essa nova temática possa ser produtiva não somente para meu registro mas para outras colegas antigas ou não do curso. Fiquem a vontade para copiar, compartilhar, até porque esse conhecimento não é meu, me foi apresentado e sim, deve ser espalhado a todos.

Este texto está embasado, principalmente, no Caderno de Atenção Básica nº 23 - SAÚDE DA CRIANÇA: Nutrição Infantil que traz a temática sobre Aleitamento Materno e Alimentação Complementar. No currículo do curso de Nutrição o qual faço parte esse assunto é tratado na disciplina Nutrição nos Ciclos da Vida I, além deste assunto falamos sobre a gestação, como é este processo para a mulher, o desenvolvimento do feto sobre uma temática de conhecer as mudanças fisiológicas e demandas nutricionais, como futura nutricionista nada mais justo que eu tenha conhecimento sobre esses temas. Esta é uma disciplina densa, muitas informações, parâmetros e condições devem ser conhecidos para que as análises e futuras condutas técnicas a serem tomadas sejam eficientes no apoio à mãe e ao bebê nessa etapa que inicia na concepção de um novo ser e prolonga-se pelo menos até o segundo ano de vida, aproximadamente. 

Alimentação é a base para a manutenção da vida, são através dos alimentos que nosso corpo retira os
substratos necessários para produzir a energia que nos permite desenvolver as atividades rotineiras de cada dia. Os hábitos alimentares são estabelecidos desde o início da vida de cada pessoa, e a partir dessa consolidação somados a outros hábitos de cada um que vão se expressar um estilo de vida saudável ou não. Os aspectos dos alimentos a serem consumidos por cada indivíduo devem suprir suas necessidades quanto a quantidade, qualidade, adequação e harmonia. Cada fase da vida demanda uma forma de alimentação diferente e dentro disso podemos iniciar falando do Aleitamento Materno, sendo o leite a criação da natureza para suprir as necessidades dos pequenos seres vivos que vem a este mundo todos os dias. 

O leite materno é um alimento completo, vivo e complexo que se molda em sua quantidade de nutrientes conforme a idade do bebê; nele estão contidos todos os nutrientes necessários: carboidratos, ácidos graxos, proteínas, vitaminas e minerais, além da água para hidratação. O leite é um alimento produzido por todos os mamíferos, mas cada espécie produz um leite específico para sua prole. Em humanos, o aleitamento materno não é um assunto estudado somente pela ciência da Nutrição, já que essa prática é fundamental para o estabelecimento do vínculo entre mãe/bebê, o que só confirma que essa prática é benéfica em muitos aspectos para a construção familiar que constrói a identidade de um indivíduo dentro de sua sociedade.
O Ministério da saúde (MS) afirma (2009) que:

“A infância é um período em que se desenvolve grande parte das potencialidades humanas. Os distúrbios que incidem nessa época são responsáveis por graves consequências para indivíduos e comunidades. O aleitamento materno é a mais sábia estratégia natural de vínculo, afeto, proteção e nutrição para a criança e constitui a mais sensível, econômica e eficaz intervenção para redução da morbimortalidade infantil. Permite ainda um grandioso impacto na promoção da saúde integral da dupla mãe/bebê e regozijo de toda a sociedade. Se a manutenção do aleitamento materno é vital, a introdução de alimentos seguros, acessíveis e culturalmente aceitos na dieta da criança, em época oportuna e de forma adequada, é de notória importância para o desenvolvimento sustentável e equitativo de uma nação, para a promoção da alimentação saudável em consonância com os direitos humanos fundamentais e para a prevenção de distúrbios nutricionais de grande impacto em Saúde Pública. Porém, a implementação das ações de proteção e promoção do aleitamento materno e da adequada alimentação complementar depende de esforços coletivos intersetoriais e constitui enorme desafio para o sistema de saúde, numa perspectiva de abordagem integral e humanizada”

Não somente o governo brasileiro pensa dessa forma, mas a comunidade mundial incentiva o aleitamento materno, a Organização Mundial de Saúde (OMS) destaca a importância de ações dos profissionais em saúde que apoiem às mães no incentivo ao aleitamento, para isso fazem-se necessários estudos para entender as necessidades desse público, possíveis complicações fisiológicas e alternativas viáveis para adequação dessa prática conforme a cultura e condição de cada caso. A OMS, juntamente ao MS recomendam aleitamento exclusivo por seus meses de idade e completado até os dois anos ou mais. A explicação para o aleitamento exclusivo é que antes do nascimento, o bebê faz uma reserva de um mineral no seu corpo a partir das reservas maternas, o ferro. Esta reserva tem a duração de aproximada de seis meses para o bebê, após esse período deve-se implementar alimentos que possam estar suprindo essa necessidade, já que o leite materno não possui em sua constituição este mineral. Também, é levado em consideração que a definição do período adequado para iniciar a introdução dos alimentos deve levar em consideração a maturidade fisiológica e neuromuscular da criança e as necessidades nutricionais. Em função dessas limitações funcionais, até os seis meses de idade a criança está prepara para receber basicamente refeições líquidas, no caso, o leite materno.

Inserção de alimentos antes dessa idade não estabelece nenhuma vantagem para o lactente (criança que mama), podendo inclusive, trazer prejuízos à saúde da criança, já que está associada a: Maior número de episódios de diarreia; Maior número de hospitalizações por doença respiratória; Risco de desnutrição se os alimentos introduzidos forem nutricionalmente inferiores ao leite materno, como, por exemplo, quando os alimentos são muito diluídos; Menor absorção de nutrientes importantes do leite materno, como o ferro e o zinco; Menor eficácia da lactação como método anticoncepcional; Menor duração do aleitamento materno.

Quando é falado em aleitamento materno exclusivo significa que a alimentação da criança está restrita somente ao leite materno, sem a oferta de chás, água e/ou outros líquidos ou alimentos complementares. Existem outras categorias de aleitamento que foram nomeadas conforme o seu estabelecimento: predominante – quando a criança recebe, além do leite materno, água ou bebidas à base de água (água adocicada, chás, infusões), sucos de frutas e fluidos rituais¹; materno – quando a criança recebe leite materno (direto da mama ou ordenhado), independentemente de receber ou não outros alimentos; complementado – quando a criança recebe, além do leite materno, qualquer alimento sólido ou semi-sólido com a finalidade de complementá-lo, e não de substituí-lo. Nessa categoria a criança pode receber, além do leite materno, outro tipo de leite, mas este não é considerado alimento complementar, e; misto ou parcial – quando a criança recebe leite materno e outros tipos de leite.

A díade mãe/bebê é uma relação complexa, são muitos acontecimentos simultâneos que estão em constantes modificações emocionais, físicas e fisiológicas. Não é suficiente para o profissional de saúde ter conhecimentos “básicos” e habilidades técnicas em aleitamento materno. Fazem-se muito necessárias competências que vão além do conhecimento técnico, competências de se comunicar com eficiência, saber lidar com a fragilidade da díade e estabelecer o vínculo necessário para que a mãe sinta-se segura em seguir as orientações e condutas necessárias para a eficácia dos meses de aleitamento materno exclusivo, manejo, inserção da alimentação complementar, entre outros. Uma ferramenta potente para isso é o aconselhamento, entendendo que aconselhar não está relacionado com a condução impositiva da mãe para realização das condutas; significa sim, ajudá-la a tomar decisões, após ouvi-la, entendê-la e dialogar com ela sobre os prós e contras de cada opção. De acordo com o Ministério: “o aconselhamento, é importante que as mulheres sintam que o profissional se interessa pelo bem-estar delas e de seus filhos para que elas adquiram confiança e se sintam apoiadas e acolhidas. Em outras palavras, o aconselhamento, por meio do diálogo, ajuda mulher a tomar decisões, além de desenvolver sua confiança no profissional”.

Muitas coisas para lembrar, isso que ainda não mencionei o manejo da pega do lactente, possíveis complicações durante a amamentação e a inserção da alimentação complementar após os seis meses. E este é somente um assunto de metade do semestre de uma disciplina, pensa que ser nutricionista é fácil? Fico pasma quando paro para pensar em tudo o que já aprendi nestes meus sete semestres de faculdade, lembrar que existem muitas outras especificidades em profissão da saúde, cada detalhe a ser entendido e praticado, mas toda esse viés da humanização e interdisciplinaridade. Com tudo isso muitas certezas ditas por ai me confundem, entre elas o Ato Médico, opa, sem polêmica! Mais um assunto que dá muito pano pra manga e como estou em véspera de prova não vou nem começar (risos)...  Escrever também é uma forma de estudar e assim que terminar meus estudos escrevo mais. 

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