segunda-feira, 1 de julho de 2013

Eu, alienada?

Esse final de semana estava na formação estadual de facilitadores VER-SUS edição inverno 2013. Fazer parte da construção desse estágio de vivência é gratificante e na mesma proporção cansativa, muitas são as demandas para realização desse projeto e para que tudo dê certo são necessários muitos corajosos com corações, mentes, mãos, braços e pernas dispostos e compromissados nesse trabalho, para quem está na organização é uma imersão semestral. Contextualizo isso porque estar nesse final de semana junto com mais umas trinta pessoas que vivem essa realidade a nível estadual é como dito por alguém: "revigorante", esses momentos foram importantes para reorganização interna de tudo que vem acontecendo e se movimento dentro de mim. Tudo isso é uma revolução, que inquieta lá dentro da gente e de alguma forma acaba esparramando para forma. 

Revolução, algo latente nas pessoas com quem conversei esse final de semana. Não somente pela situação do país, como tenho conversado e lido com muitos a história de que "o Gigante acordou" não tem muita credibilidade, se pensarmos que existem há muito tempo muitos movimentos organizados dentro de diversas temáticas sociais que sempre lutaram para que sua voz fosse ouvida, e suas demandas concretizadas. Concordo plenamente com esse pensamento e penso que dizer que tudo vai mudar agora porque alguns saíram para as ruas é desconsiderar um passado de articulações para que o hoje fosse possível, um hoje que mesmo ainda não contemplando todas as reivindicações, é melhor que o ontem. Existe uma soma de inquietações que teve um grande ápice ultimamente, mas que não deve ser menosprezado e/ou categorizado como algo desorganizado e sem identidade. Como já falei em utra postara, acho que falta conhecimento que nos possibilite agir de uma forma mais efetiva e segura, que não nos deixe ser massa de manobra por um grito que aparentemente é bom de ser ouvido. 

O filme "V de vingança" exibido em um dos momentos do final de semana mostra bem a realidade de uma sociedade alienada. Já havia visto esse longa, bem como inúmeras pessoas que se utilizam do figurino do personagem principal do filme para sair nas manifestações que vem acontecendo. O engraçado ou contraditório, não sei muito bem definir essa situação é que por mais conheça muitas pessoas que tem as mesmas inquietações e motivações do que eu ainda sim eu encontro e estou cercada por uma masa de pessoas que descorda fielmente de tudo o que está acontecendo, achando desnecessário e inadequado (para não dizer coisas piores que já ouvi) toda essa movimentação. Que sistema consumidor, que realidade devastadora! Fico sem palavras sabe para descrever a minha admiração com tanta alienação, já cheguei a pensar se essa realidade ilusória estava na minha mente, se eu é que fantasio as coisas e vivo num mudo de impossibilidade, mas ai percebo que não, que isso está no ar e que, infelizmente, tem sido imperceptível por muitos. O pior de tudo é pensar que existem pessoas tão perversas que não são alienadas, pelo contrário, são muito espertas e agem como um combustível para a manutenção desse cenário de manipulação e mentira. 

Essa postagem está meio solta, mas porque minha mente assim está, sem muitas definições e com muitas questões a serem reorganizadas, talvez o final de semestre contribua para esse meu estado, talvez o filme, talvez as notícias, minhas percepções, talvez seja uma coisa ou todas misturadas, mas de alguma forma elas vão encontrar seus espaços dentro de mim. 

Deixo uma música que assim como tudo me deixa pensando, refletindo, revoltando, borbulhando.


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