sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Motivações Utópicas

Feriadinho chuvoso na capital gaúcha, hoje no Rio Grande comemora-se a Revolução Farroupilha, uma história que muito foi abordada na minha 5 e 6ª série, que envolve grande parte da população desse Estado. Bom, os fatos históricos estão ai para serem analisados, e alguns dizem não ter havido revolução alguma, outros descartam essa hipótese; alguns endeusam as façanhas gaudérias, outros abominam todo esse esteriótipo heroico; Ilusão ou não, o fato é que muitos estão no parque Harmonia, tomando um chimarrão e comendo um bom churrasco para se alegrar por ser gaúcho. 

Quanto a mim, estou aqui a fazer devaneios.


Ganhei um livro esta semana, "Memórias da Saúde da Família no Brasil", elaborado pelo Ministério da Saúde no ano de 2010, resgata a história dessa estratégia que vem contribuindo para a ampliação do acesso à saúde aos brasileiros, sendo bem simplista na minha explicação sobre ela. Como o ganhei a pouquíssimos dias, ainda não finalizei a leitura que é composta por vários atores que ajudaram na formulação desse modelo de saúde. O livro é lindo, com fotos e uma diagramação gostosa de ler, principalmente em dias convidativos para o sono como este! Recomendo que muito, segue o link em pdf aqui

Confesso, que por mais feliz que tenha ficado em ter recebido este livro, não posso negar que algo muito forte fez-me parar a leitura. Isso não quer dizer que não vou terminá-lo, só, foi uma constatação que me fez pensar, pensar, pensar... e tudo o que eu penso demais acaba transbordando aqui, é inevitável! Entre os ministros da saúde, médicos, enfermeiras e demais pessoas que participaram dessas construções, não percebi o nome de nenhum agente comunitário de saúde, nenhum usuário que tenha recebido um atendimento, nenhuma pessoa "comum" que assim como os demais tem um papel fundamental na consolidação da Estratégia de Saúde da Família. Li os dois primeiros relatos e a curiosidade me fez buscar todos os mencionados a fim de encontrar uma referência a tais pessoas, não encontrei nada, como falar da Saúde da Família, sem a família? Percebi uma participação passiva através das fotos, mas isso não satisfaz o meu desejo de ouvir, ler , sentir a percepção desses sujeitos.

Há algumas semana atrás estava eu na mesma situação de hoje, lendo e fazendo coisas aleatórias que não estudar as disciplinas da faculdade. Devorei um pequeno livro da trajetória de uma líder comunitária chamada Rosalina Batista, no livro "Sou Cidadã" de Walter Ogana (não encontrei o livro em pdf, mas tem o blog do autor). "Nenhum caminho é uma estrada certa e reta para algum lugar. Os desvios são possíveis para o bem e para o mal. Os contornos aparecem sem avisos. A volta nem sempre é a pior possibilidade. Mas ir, cuidando-se para não plantar com força os pontos dos pés calejados no passado, é a alternativa de quem enxerga os desafios como um projeto de vida. [...] A certeza de que é possível ser cidadã apesar de todas as dificuldades que se colocam no caminho. [...] A simples organização das pessoas para o debate de suas aspirações já deixa saldos positivos quando a democracia torna importante todas as palavras e todos os pensamentos."

Não quero ser insipiente em minhas colocações, tampouco quero desmerecer um registro tão importante quando o livro das Memórias, mas é difícil pra mim não tentar unir de alguma forma essas ideias, é como se a dona Rosalina estivesse completando a outra obra, com suas ações. E não somente ela, como tantos cidadãos que não tem a oportunidade de ter suas vivencias registradas em um livro.

Expectativas... motivações... utopias. Acho que vou parar por aqui, pelo menos por enquanto, deixo que o Leonardo conclua essa postagem por mim. :)


Nenhum comentário:

Postar um comentário